sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Homenagem a Martins Fontes em prédio de Santos


A poesia acima está na fachada do Edifício Piratininga, em plena orla da praia de Santos. 

O prédio fica no endereço onde, no passado, havia uma casa onde morou um dos maiores poetas do Brasil: Martins Fontes.

PIRATININGA

Beijemos nós a Terra em que nascemos,
Beijemos nós a gleba familiar
Sobre a qual se ergue o teto onde vivemos,
E é o nosso berço, sendo o nosso altar.

Ajoelhados, beatíficos, beijemos
Da nossa casa a pedra liminar.
E que a nossa paixão chegue aos extremos,
Defendendo a honradez do nosso lar.

Beijando assim a Terra, a nossa Terra,
Beijaremos os mortos que ela encerra,
E cuja cinza se transmuda em flor!

Para que, entre os milagres da saudade,
Revivam todos em fraternidade,
Ressuscitados pelo nosso amor!

(Martins Fontes)

O MÉDICO E POETA MARTINS FONTES

José Martins Fontes nasceu em Santos em 23 de junho de 1884, na casa 4 da Praça José Bonifácio. Era filho de dona Isabel Martins Fontes e do Dr. Sylvério Martins Fontes. O poeta, na infância publicou seus versos num jornal manuscrito chamado "A Metralha" "para explosão aos domingos". Por ocasião da inauguração do monumento em comemoração dos 400 anos do descobrimento do Brasil, levantado em São Vicente, próximo à Biquinha, Martins Fontes, aos dezesseis anos de idade, recitou um poema de sua autoria.

O poeta estudou nas melhores escolas de Santos, depois foi para Jacareí e, no Rio de Janeiro, cursou a Faculdade de Medicina, fomando-se em 20 de dezembro de 1906. Lá conviveu com poetas como Olavo Bilac e Coelho Netto, e foi auxiliar de Oswaldo Cruz no saneamento da cidade do Rio de Janeiro.
Depois de trabalhar em diversas instituições médicas, no início da década de 1910 voltou a Santos, tendo trabalhado na Santa Casa de Misericórdia.

O atual Edifício Piratininga, construído no terreno onde ficava a residência da família de Martins Fontes

Segundo Jacob Penteado, no livro Martins Fontes: Uma Alma Livre "a popularidade de Martins Fontes e de seu pai, Silvério Fontes tornou-se uma legenda em Santos. A família transferira sua residência para a praia, isto é, para a atual Avenida Presidente Wilson, 68, onde se encontra o Prédio Piratininga, no José Menino. Conhecemos a casa. Era uma bela mansão, com jardim na frente, e um enorme terreno, nos fundos, a perder de vista. Não havia ainda a rua Floriano Peixoto, aberta a pedido do Dr. Silvério. Martins Fontes era madrugador, às 6 horas já estava de pé, e às 7, podia ser encontrado na Santa Casa de Santos."

Martins Fontes exerceu a Medicina e também a Poesia, Prosa e também trabalhos científicos, além de escrever crônicas em jornais e revistas, como O Malho (Rio de Janeiro), A Gazeta e o Diário Popular (São Paulo), Diário de Santos e Cidade de Santos (jornal anterior ao homônimo do Grupo Folha). Em 1930 foi eleito membro correspondente da Academia de Ciências de Lisboa. 
Uma de suas frases ficou famosa na região, e continua sendo repetida por muitos, até hoje: "Como é bom ser bom!"

Martins Fontes faleceu aos 53 anos, no Hospital da Beneficência Portuguesa de Santos, estando seu corpo sepultado na cidade, no Cemitério do Paquetá.

O jornal A Tribuna de Santos, quando de sua morte, publicou entre outras, estas palavras de homenagem: 
"A cidade de Santos vestiu-se de luto, porque acaba de desaparecer aquele que, na verdade, era o Sol da nossa terra" - Archimedes Bava. 
"Neste momento, só posso render ao meu queridíssimo Fontes a homenagem do silêncio" - Galeão Coutinho.Segundo o Pequeno Dicionário de Literatura Brasileira (Enciclopédia Mirador Internacional), os primeiros versos de Martins Fontes revelam uma poesia exuberante, cheia de vontade de viver, enquanto os da última fase são inspirados pela filosofia positivista. 


O busto de Martins Fontes está instalado nos jardins da praia de Santos, em frente do local onde foi sua residência e do atual Edifício Piratininga, na avenida Presidente Wilson, 68, no José Menino, em Santos


Segundo a Polianteia Santista, de Fernando Martins Lichti, na seção Monumentos, o busto de Martins Fontes foi construído por amigos do poeta, alguns anos após o seu falecimento e instalado nos jardins da praia, bem em frente ao número 68 da avenida Presidente Wilson, residência de Martins Fontes. O monumento foi inaugurado no dia 20 de junho de 1941.



Fontes consultadas:
Polianteia Santista e História de Santos (Fernando Martins Lichti e Francisco Martins dos Santos) (acervo pessoal muitobem.tv)
http://www.novomilenio.inf.br/cultura/cult008.htm
http://www.sitedeliteratura.com/Litbras/martinsfontes.htm
http://educacao.uol.com.br/biografias/martins-fontes.jhtm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Martins_Fontes


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